Os danos e perdas causados pela broca, praga que perfura a cana-de-açúcar e faz galerias, atrapalham a produção de açúcar e álcool e são irreversíveis. Depois que a broca fura e entra no colmo, não é possível recuperar essa parte. A praga infecta a planta quando ainda está no estágio larval. A mariposa adulta coloca os ovos nas
folhas, onde ficam encubados. Quando os ovos eclodem, as lagartas penetram no colmo e "vão perfurar a cana, entrar e começar a fazer galerias dentro, isso vai atrapalhar a produção de açúcar e álcool", explica Marcos Roberto Camassutti, Líder Agrícola. Na última semana, foi realizado um treinamento de utilização de tecnologias para aplicação de produto biológico, para controle desta praga,
através do uso de drones, na Nardini.
"O galloibug é um parasitoide que coloca ovo dentro do ovo da broca, aí em vez de nascer a broca, vão nascer novos parasitoides de tricograma, essa vespinha é o inimigo natural da broca da cana! A gente chama de parasitoide, ele usa o corpo da broca como hospedeiro, então ele se reproduz colocando os ovos dele dentro do ovo broca, se alimenta de um líquido que sai desse ovo e vai se multiplicando", esclarece Victor Dias Pagliarani, consultor técnico de vendas da Koppert, empresa responsável pelo treinamento. A Koppert é uma multinacional holandesa, atua há 53 anos no segmento de multicontrole biológico e está no Brasil há dez anos. É a maior companhia do mundo em controle biológico de pragas e líder brasileira no assunto.
"Antes deste treinamento, a Nardini realizava o controle da broca da cana por meio do uso de um produto sem formulação, "o Galloibug, que é um parasitoide, era ovo puro, hoje nós colocamos uma formulação junto com esses ovos, então a gente tinha problemas quanto à homogeneização da aplicação. Hoje, com a formulação nova, que a Koppert trouxe da Europa, a gente tem uma homogeneidade muito maior nessa aplicação e uma proteção maior do ovo aplicado", compara Victor.
A descoberta de que esse parasitoide elimina a praga é decorrente de pesquisa. "É uma pesquisa já de muitos anos, principalmente por pessoas da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), que pesquisavam esse parasitoide. No mundo todo ele é muito pesquisado e a Koppert tem o maior laboratório do mundo para a criação desse inseto. Então, [esse conhecimento] vem dessas pesquisas e o grande problema era produzir isso em laboratório", conta Victor. Uma prova incontestável da importância da pesquisa e desenvolvimento como processos responsáveis por agregar valor aos negócios e como diferencial competitivo de uma organização, aumentando sua competitividade e capacidade de inovação.